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Maior pressão sobre o giro do capital

Há consenso no mercado quanto à tendência de alta da taxa de juros referencial da economia brasileira (SELIC) que hoje está em 13,25% e deve atingir em dezembro 14%a.a.

A consequência será o encarecimento do custo do crédito, que deve afetar ainda mais a rentabilidade do negócio do distribuidor de veículos a menos que se altere o ritmo do giro de capital em nível suficiente para compensar a perda.

Para exemplificar, simulamos os dois efeitos no departamento de seminovos (que para o segmento de autos e comerciais leves é a segunda conta em valor ($) do ativo circulante) utilizando como custo de oportunidade os juros médios cobrados pelos bancos em operações de capital de giro em até 365 dias divulgados no relatório do Banco Central (*).

Supondo que o distribuidor tivesse no final do ano passado estoque médio (em R$) relativo a 35 dias de vendas, o custo financeiro da estocagem consumiria 19,1% caso praticasse margem de 10%. Estimamos que o mesmo indicador subirá para 22,7% no 4o trimestre de 2015, em função da alta de juros prevista e caso se mantenha o tempo médio de estoque.

Do ponto de vista do giro do capital, seria necessário reduzir o tempo médio de estoques de 35 para 29 dias (linha verde do gráfico) para permanecer no mesmo patamar (%s/ margem) do custo de estocagem.

Este nível de giro abaixo de 30 dias por coincidência é igual ao objetivo dos melhores distribuidores americanos. Para alcançar este nível, visam atuam sobre dois parâmetros: ter no máximo 25% do total de estoque (em $) de veículos com prazo de estoque acima de 20 dias e data máxima de 40 dias para descarte/queima do veículo.

Aplicando esta lógica para situações de estoque de seminovos em distribuidores (nosso banco de dados) no Brasil temos o seguinte perfil: 50% do estoque total de veículos (em $) que estão há mais de 20 dias sendo o prazo médio destes no estoque de 60 dias.

Ou seja, o estoque médio final deve superar os 40 dias e neste nível é alto o risco dos distribuidores terem que absorver o aumento do custo financeiro.

Numa visão positiva, é urgente a revisão nos parâmetros e forma de gestão, acompanhando/sendo intolerante na busca do perfil do estoque e principalmente na prática da data limite para o descarte do veículo, garantindo assim a melhora do giro do capital e preservando a lucratividade.

Há outra melhoria que ajudará também na otimização do giro do capital, que é a redução do prazo efetivo para o carro ser disponibilizado para venda que chega a atingir 7 dias, considerando desde a data do recebimento do veículo seminovo do cliente , fazer a transferência e o recondicionamento.

(*) Importante destacar que se o distribuidor estiver capitalizado e, portanto fizer o mesmo cálculo usando custo menor de juros, o impacto relativo sobre a margem será logicamente menor mas a tendência seria a mesma no impacto da margem e necessidade de ajuste no giro.


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