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Reconhecer o erro e ajustar o mais rápido possível

O último ciclo de investimentos dos distribuidores de veículos ocorreu no início desta década motivado por três fatores: as expectativas positivas de evolução da economia, o objetivo das montadoras já instaladas de expandir seus pontos de venda e a atratividade das novas marcas que chegavam.

Analisar portanto, como evoluiu cada um destes pontos é fundamental quando se discute a necessidade de ajuste das redes, conforme bem sinalizou a FENABRAVE (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores).

Tomando por base o segmento de autos e comerciais leves, elaborei gráfico onde temos nas barras vermelhas a nossa estimativa da variação anual real (descontado o efeito inflacionário) da receita total do distribuidor de autos e comerciais leves, que por "ruim coincidência" foi negativa em todos os anos, acumulando no período -25%.

Na linha azul temos a expectativa do mercado para a evolução (%) do PIB (Produto Interno Bruto) e na linha verde qual foi a variação real, sendo que para 2015 colocamos a nossa previsão que é de -1,5%.

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Veja que em nenhum dos anos se atingiu o PIB estimado, e para piorar a diferença entre o real e estimado aumentou em 2014 e 2015. No acumulado a taxa estimada de crescimento para o PIB de 2011 a 2015 era de 20,9% e na realidade foi somente 7,1%!

Estas duas informações mostram a dimensão da dificuldade que enfrentam os empresários que investiram neste período, pois além da frustração com a expectativa de crescimento, enfrentam forte redução do faturamento.

É difícil acreditar que alguém viabilizou investimento no negócio pressupondo situação tão negativa, o que permite imaginar que exista pressão de aportes adicionais de capital para estas lojas continuarem operando.

Neste contexto, a tendência é o fechamento de lojas, pois os empresários já analisaram e concluíram que é melhor reconhecer logo o erro e tomar urgente a decisão, evitando assim o agravamento da situação financeira.

Mas como sempre há exceções, somente 7 marcas (ex: BMW, HYUNDAI, TOYOTA) apresentaram no período analisado crescimento consistente nas vendas, que justificou os investimentos feitos na expansão da rede, mas estas representam cerca de 13% do total das lojas.

Ou seja, o tema da revisão na estrutura de rede abrange a maioria das marcas, e pode até ser visto como uma oportunidade, como por exemplo para as 3 maiores em volume resolverem problemas históricos relacionados ao excesso de lojas em alguns mercados.


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